sábado, 5 de setembro de 2015

Ser espírita ?


Pois então meu caros ... não sou espírita ... quisera eu ser, quem sabe numa próxima encarnação ainda distante - acredito eu que ainda tenha que melhorar e muito para alcançar esse título. Enfim ... sou estudante da doutrina. Não sigo religião. Tento aplicar no dia a dia os ensinamentos de Cristo. Simples assim. Ponto.
Resolvi escrever esse texto porque já ouvi muito "espíritas são falsos profetas", "espíritas se acham perfeitos". Acredito piamente que de fato existem os que se julgam espíritas perfeitos - pobres irmãos. Perfeitos nunca - em estado angelical somente - , espíritas então ... se eles tivessem noção do que é ser espírita, nunca se atreveriam a falar isso. Mas por tudo que tenho visto, acredito que hajam muito mais aspirantes a doutrina; pessoas que são adoradoras do ensinamento crístico e que querem de fato ser pessoas melhores a cada dia, que se vigiam a cada atitude, que prestam mais atenção ao próprio rabo, antes de olhar, julgar e e punir as atitudes alheias. Porque isto é fácil. Apontar ao outro. Se julgar e auto condenar é tarefa muito difícil ... assumir seus defeitos e ainda tentar corrigi-los. 
Não ... não é fácil ... quem disse que seria ? Não é nem um pouco. Mas vale muito a pena, pois conseguimos ver o mundo com outros olhos. Vemos que o bem pode sim vencer o mal, basta querermos. Podemos agir da melhor forma sem sermos impulsivos. Orai e vigiai. Aquieta teu coração antes de qualquer atitude. 
Posso falar com franqueza que sou uma pessoa feliz - hoje posso falar isso sem medo de errar - eu não estou feliz, eu SOU feliz. Sou feliz antes de mais nada por saber que não estou sozinha nesta vida, que Deus me ama, e que Ele está ali de braços abertos para me acolher, sou feliz por saber que tenho muitos sentimentos bons dentro de mim, por saber que posso pagar o mal querer de outrem por mim com amor, e que isso me retornará em dobro, e mesmo que não me retornasse, eu não estaria me envenenando com sentimentos ruins. Porque, acreditem caros irmãos, quem sente ódio, inveja, rancor, mágoa, tristeza, planta dentro de si todas as doenças psico-emocionais existentes possíveis. Sou feliz por que sei que tudo que passo hoje não é uma punição é uma colheita. E eu tenho que ser adulta o suficiente para me responsabilizar pelos meus atos e não culpar terceiros. Eu planto, eu colho. 
Finalizo esse texto pedindo uma reflexão sobre este tema, e quem sabe abrirmos um futuro debate a respeito.
Fiquemos na paz de Deus e de Seu santo amor
Graças a Deus 

Quero dar meu depoimento

Eu na verdade sempre necessitei da doutrina espírita, mas não sabia, ou não queria acreditar nisso.
Frequentei casas espíritas kardecistas de nome conhecido fora do país quando pequena, levada pela minha avó, mas agora eu vejo que aquele (infelizmente) não era ainda o meu momento.
Foi após passar por uma separação traumática e muito dolorida - pois ninguém decide se casar planejando se separar meses ou anos depois. E naquele momento as pessoas fizeram com que eu me sentisse o ser mais maquiavélico do mundo, com tudo planejado milimetricamente, com todas as decisões já previamente tomadas ... e não ... não era nada disso ... eu havia pedido ajuda muitas vezes mas pedi sempre as pessoas erradas e com certeza da forma errada também. Foi a partir daí que vi que eu não queria ser como aquele "tipo de pessoa". Senti ódio, senti raiva, senti mágoa, senti tristeza, senti muita tristeza, meu coração sangrou e isso não é um dramalhão mexicano. Você já sentiu o coração doer, diminuir, a cada lágrima sua que cai ?! Pois é ... eu senti. Mas eu queria mudar aquilo, eu queria sair do lugar de vítima, independente do que me fizeram para que eu agisse da forma que agi, a partir das minhas atitudes, a colheita para mim seria certa ... eu queria me livrar de todos aqueles sentimentos que me acompanhavam de uma forma ou de outra, por anos, nessa ocasião me acompanhavam mais de perto por conta do acontecido. Mas eu não queria mais aquilo pra mim. E eu pela primeira vez na vida - acredito eu - ajoelhei no chão e falei com Deus, não um Pai Nosso decorado, nem uma Ave Maria de qualquer forma, mas falei com Ele como se Ele estivesse ali ao meu lado (e estava - não tenho dúvidas), enxugando cada lágrima e mostrando que podia me mostrar o caminho. Foi quando retornei a essa casa espírita kardecista e vi que mesmo num mundo avesso aos bons sentimentos, existem muitas pessoas que desejavam o mesmo que eu: AMOR. E quando falo em amor, falo de amor ao próximo, independente de quem ele seja, independente do que ele já tenha lhe feito. Um amor de irmão, com sinceridade, com verdadeiro interesse em ajudar, em somar, em compreender a dor alheia. Ali eu vi que existiam abraços verdadeiros, que existiam pessoas que mesmo sem me conhecerem queriam me ajudar, queriam me ouvir, queriam me emprestar o ombro sem nada dizer, mas só para me mostrarem que estavam ali para que eu não me sentisse sozinha. A partir daquele momento eu recebi tanto amor de pessoas que, ou não me conheciam bem, ou que nunca haviam me visto na vida, que eu senti uma necessidade imensa de compartilhar esse amor, e doando um pouco do tanto que já haviam me dado. E posso falar a vocês com toda a sinceridade, parece que quanto mais eu me dou, mais eu tenho para dar. A caridade é uma via de mão dupla tão intensa que só quem o pratica pode entender o que falo. Sou evangelizadora de uma casa com crianças na faixa entre 04 e 09 anos de idade, e é triste falar, mas o que mais vemos é o quanto esses pequenos irmãos estão necessitados de amor, de carinho, de uma mão amiga, de um abraço. Mas como Deus é um ser supremo onipotente, onipresente, Ele dá oportunidade a todos que O querem, que O desejam como amigo, e nessa casa, mostramos a esses irmãozinhos o caminho. E eu só posso dizer para finalizar que desejo de todo meu coração que esses pequenos possam amar a Deus independente de terem passado por algum sofrimento que lhes "obrigue" a procurar o amor verdadeiro: o amor Crístico.