Eu na verdade sempre necessitei da doutrina espírita, mas não sabia, ou não queria acreditar nisso.
Frequentei casas espíritas kardecistas de nome conhecido fora do país quando pequena, levada pela minha avó, mas agora eu vejo que aquele (infelizmente) não era ainda o meu momento.
Foi após passar por uma separação traumática e muito dolorida - pois ninguém decide se casar planejando se separar meses ou anos depois. E naquele momento as pessoas fizeram com que eu me sentisse o ser mais maquiavélico do mundo, com tudo planejado milimetricamente, com todas as decisões já previamente tomadas ... e não ... não era nada disso ... eu havia pedido ajuda muitas vezes mas pedi sempre as pessoas erradas e com certeza da forma errada também. Foi a partir daí que vi que eu não queria ser como aquele "tipo de pessoa". Senti ódio, senti raiva, senti mágoa, senti tristeza, senti muita tristeza, meu coração sangrou e isso não é um dramalhão mexicano. Você já sentiu o coração doer, diminuir, a cada lágrima sua que cai ?! Pois é ... eu senti. Mas eu queria mudar aquilo, eu queria sair do lugar de vítima, independente do que me fizeram para que eu agisse da forma que agi, a partir das minhas atitudes, a colheita para mim seria certa ... eu queria me livrar de todos aqueles sentimentos que me acompanhavam de uma forma ou de outra, por anos, nessa ocasião me acompanhavam mais de perto por conta do acontecido. Mas eu não queria mais aquilo pra mim. E eu pela primeira vez na vida - acredito eu - ajoelhei no chão e falei com Deus, não um Pai Nosso decorado, nem uma Ave Maria de qualquer forma, mas falei com Ele como se Ele estivesse ali ao meu lado (e estava - não tenho dúvidas), enxugando cada lágrima e mostrando que podia me mostrar o caminho. Foi quando retornei a essa casa espírita kardecista e vi que mesmo num mundo avesso aos bons sentimentos, existem muitas pessoas que desejavam o mesmo que eu: AMOR. E quando falo em amor, falo de amor ao próximo, independente de quem ele seja, independente do que ele já tenha lhe feito. Um amor de irmão, com sinceridade, com verdadeiro interesse em ajudar, em somar, em compreender a dor alheia. Ali eu vi que existiam abraços verdadeiros, que existiam pessoas que mesmo sem me conhecerem queriam me ajudar, queriam me ouvir, queriam me emprestar o ombro sem nada dizer, mas só para me mostrarem que estavam ali para que eu não me sentisse sozinha. A partir daquele momento eu recebi tanto amor de pessoas que, ou não me conheciam bem, ou que nunca haviam me visto na vida, que eu senti uma necessidade imensa de compartilhar esse amor, e doando um pouco do tanto que já haviam me dado. E posso falar a vocês com toda a sinceridade, parece que quanto mais eu me dou, mais eu tenho para dar. A caridade é uma via de mão dupla tão intensa que só quem o pratica pode entender o que falo. Sou evangelizadora de uma casa com crianças na faixa entre 04 e 09 anos de idade, e é triste falar, mas o que mais vemos é o quanto esses pequenos irmãos estão necessitados de amor, de carinho, de uma mão amiga, de um abraço. Mas como Deus é um ser supremo onipotente, onipresente, Ele dá oportunidade a todos que O querem, que O desejam como amigo, e nessa casa, mostramos a esses irmãozinhos o caminho. E eu só posso dizer para finalizar que desejo de todo meu coração que esses pequenos possam amar a Deus independente de terem passado por algum sofrimento que lhes "obrigue" a procurar o amor verdadeiro: o amor Crístico.
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