terça-feira, 27 de maio de 2014

AUTOCONHECIMENTO

O autoconhecimento é a capacidade inata que nos permite perceber, de forma gradativa, tudo que necessitamos transformar. Ao mesmo tempo, amplia a consciência sobre nossos potenciais adormecidos, a fim de que possamos vir a ser aquilo que somos em essência. 
O autoconhecimento nos dá a habilidade de saber como e onde agem nossos pontos frágeis e até a quem atribuímos nossas emoções e sentimentos, facilitando-nos compreender melhor os que nos rodeiam. Caminhar no processo do autoconhecimento significa desenvolver gradativamente o respeito aos nossos semelhantes, impedindo que façamos projeções triviais e levianas de nossas deficiências nos outros. 
Apenas quando tivermos um considerável conhecimento de nós mesmos é que poderemos ajudar efetivamente alguém. Se desconhecemos nosso mundo interior, como poderemos transmitir segurança e determinação ou dar força aos outros? O autoconhecimento requer constante auto-reflexão. Muitos relacionamentos não dão certo porque as pessoas não olham para dentro de si mesmas, não percebendo, assim, seus pontos vulneráveis e suas limitações. Quando atenuamos ou amenizamos as críticas a nosso respeito e a respeito dos outros, estamos assimilando de forma verdadeira as lições que o autoconhecimento nos proporciona. Não são os grandes conflitos que tornam nossas relações (de negócios, de amizade, de 
família, conjugais) malsucedidas, e sim um conjunto de "insignificantes diferenças", reunidas através de longo período de tempo. Cobranças, indelicadezas, petulância, insensibilidade, autoritarismo, desinteresse, impaciência, desrespeito - essas pequenas faltas no dia-a-dia podem destruir até mesmo as mais antigas e afetuosas convivências. Embora não possamos perceber de forma clara e direta, lançamos na vida interpessoal pensamentos e emoções inaceitáveis. Eles formam nosso lado escuro - aquela área do inconsciente que governa e, ao mesmo tempo, dita as normas tanto nos confrontos  desagradáveis como nos ímpetos de deboches e gracejos em nossos inúmeros relacionamentos.Nossa "área sombria" é uma região inexplorada e indomada que atua de forma imperceptível em nossas ações e atitudes. Geralmente, é essa "área" que participa de nossas "supostas brincadeiras" e influencia com precisão o tipo de palavras engraçadas e picantes que deveremos usar nas piadas chulas, nas expressões maliciosas e zombeteiras. 
Aqueles que não conhecem a si mesmos dificilmente terão um bom relacionamento com os outros. O ser humano deve afastar de sua vida hábitos e crenças que o tornam inconsciente da própria vida íntima. Só tememos o que desconhecemos. O autoconhecimento requer um constante exercício, no reino do pensamento reflexivo, sobre as sensações externas e internas. Viver uma vida sem reflexão é como escutar 
uma música sem melodia. 
Renegamos ou não percebemos de forma lúcida essa área oculta e profundamente influente que existe em nossa intimidade. Por essa razão, projetamos nossa sombra "lá fora", nas qualidades ou nas atitudes desagradáveis dos outros. Quando sentimos grande admiração por uma criatura, ou quando reagimos intensamente contra alguém, isso talvez seja a manifestação de nossa sombra. A negação da sombra faz com que abominemos as deficiências alheias, evitando vê-las em nós. Também atribuímos aos outros nossos potenciais não desenvolvidos, fazendo deles heróis ou gurus - nutrimos enigmáticas alianças ou paixões desmedidas.A qualidade mediadora para unir os opostos e que nos leva ao equilíbrio se chama amor. O amor une as pessoas e, ao mesmo tempo, as interliga com as outras criaturas. Não podemos projetar nossas atitudes rudes, sombrias, insuportáveis e complicadas sobre entidades exteriores, como os "demônios". A característica básica daqueles que acreditam em seres criados especificamente para o mal é buscar constantemente um "bode expiatório" para tudo na vida. As criaturas que assim crêem precisam, no fundo, 
negar seu lado fraco ou impulsos inaceitáveis, culpando o mundo pelo desequilíbrio que elas não vêem em si mesmas. São consideradas caçadoras crônicas de bodes expiatórios e quase sempre escapam de suas responsabilidades, atos e conseqüências com uma projeção do tipo: "O diabo ou os maus espíritos me levaram a fazer ou falar isso." O Espiritismo ensina que o desequilíbrio reside na intimidade de cada um de nós. Quando temos a coragem de ouvir os "demônios" interiores - que simbolizam alguns aspectos de nossa sombra, isto é, aquelas tendências em nós que mais tememos e das quais fugimos , atingimos com mais facilidade a auto-melhoria.

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